A necessidade do homem proteger espaços em busca de abrigo,
remonta à pré-história. Utilizando recursos naturais precisava defender-se dos
predadores, dos rigores da natureza e de seus próprios semelhantes. Não demorou
a perceber que sua sobrevivência dependia da segurança destes refúgios. Fechar
espaços, eis a questão! A arte de construir evoluiu por milhões e milhões de
anos.
A utilização dos ligantes na construção se fez necessária
pela necessidade em consolidar peças menores, muito mais fáceis de serem
encontradas e manuseadas.
Com a evolução dos tempos, o homem foi descobrindo os
diversos materiais e produtos que poderia utilizar na construção, um desses é o
tijolo.
MERCADO
A demanda por produtos cerâmicos sempre esteve
atrelada a políticas adotadas junto ao setor da construção civil. Cabe ao
empreendedor avaliar o potencial do mercado regional que pretende atingir com
seus produtos.
Deve-se considerar quais são as necessidades deste mercado
quanto à qualidade dos produtos, quantidade e outros itens, como preço
praticado. O principal ponto a ser estudado é a demanda, suficiente para
justificar a implantação desta nova olaria (nome que recebe o local onde se
produz o tijolo de barro cozido).
LOCALIZAÇÃO
A cerâmica deverá ser localizada em terreno
preferencialmente plano e o mais próximo possível da jazida de argila.
ESTRUTURA
Irá variar de acordo com a estrutura do
empreendimento, porém, é indispensável que haja no local disponibilidade de
toda infra-estrutura básica necessária à implantação e operacionalização da
indústria, tais como: energia elétrica, telefone, água, etc.
EQUIPAMENTOS
Irá variar de acordo com a estrutura do
empreendimento, já que alguns equipamentos podem ser adquiridos ou não, ou até
mesmo ser substituídos por outros mais acessíveis. São eles:
- Caixa de alimentação (onde se faz o deposito das diversas
matérias primas);
- Misturador (mistura os tipos de argila);
- Laminador;
- Esteira automática;
- Maromba;
- Caldeira + exaustor (utilizados no processo de secagem
artificial);
- Fornos;
- Retroescavadeira + caminhão basculante (podem ser
terceirizados);
- Móveis e matérias de expediente.
MÃO-DE-OBRA
Irá variar de acordo com a estrutura do
empreendimento, sendo que a mão-de-obra básica deve contar com:
- Auxiliares de produção;
- Encarregados de produção;
- Encarregado administrativo;
- Auxiliar de escritório.
CLIENTES
Os clientes em geral, serão: construtores, pessoas
físicas, etc..
MATÉRIA PRIMA
Com relação à matéria-prima, a principal
variável que influi na decisão de investir ou não no setor é a disponibilidade
de jazidas de barro. Duas condições devem ser consideradas:
- A existência de jazida própria por parte do empreendedor,
e ou;
- O direito de lavra fornecido pelo Ministério de Minas e
Energia para exploração de jazidas de terceiros.
Admitindo-se a primeira hipótese, o ideal será que a jazida
encontre-se o mais próximo possível da unidade produtiva, diminuindo custos de
transporte, etc.
É importante que o futuro empreendedor entre em contato com
empresas do ramo (olarias), para que se possa ter um maior entendimento com
relação ao tipo de barro específico para a fabricação deste tipo de tijolo,
para que ai sim procure o fornecedor específico (caso não tenha uma jazida
própria).
PROCESSO PRODUTIVO
No processo produtivo, a argila é
extraída por retroescavadeira, que faz o carregamento de um caminhão
basculante. O caminhão leva ao depósito (caixa de alimentação), onde se faz a
mistura dos tipos de argila.
Da caixa de alimentação, o material é carregado manualmente
à transportadora automática, que o conduzirá até o misturador.
No misturador é controlada a umidade, efetuando-se a mistura
das argilas. Do misturador, a argila desce por gravidade ao laminador, que tem
por objetivo reduzir a argila pastosa em lâminas finas, fazendo-a passar entre
dois cilindros de ferro fundido que, além de triturarem por esmagamento todas
as pedrinhas ou torrões ainda não desfeitos, produzem mais uma mistura.
O material laminado é transportado por uma esteira
automática até a maromba (máquina de fabricar tijolos),a vácuo, onde
calcadores/alimentadores forçam-no a passar através das grelhas, fragmentando-o
em pequenas porções nas quais se processa a desaeração, reduzindo, ao mínimo, o
ar contido ou incluído na massa cerâmica pela ação das misturas e da água
agregada.
Caindo no parafuso-sem-fim, a argila é impelida para a
frente, passa através da câmara de vácuo e depois através dos orifícios da
boquilha, que é o molde dos tijolos.
O bloco de argila extrusada (já em forma), saindo da
boquilha, corre sobre os rolos da máquina cortadora e é automaticamente cortado
em tamanhos pré-fixados, que correspondem ao comprimento dos tijolos furados.
Os tijolos cortados são classificados fazendo-se retornar à
maromba as peças refugadas. As demais peças são transportadas por esteira rolante
às estantes de secagem, carregadas manualmente. Nelas, permanecerão para
secagem natural por um período médio de 10 dias com tempo bom e aproximadamente
30 dias no caso de tempo frio/úmido. O tempo de secagem pode ser reduzido para
aproximadamente 72 horas, se for utilizada secagem artificial (caldeira +
exaustores).
Após secagem, as peças são manualmente transportadas até os
fornos e empilhadas a fim de que a queima se processe de forma homogênea em
todas as peças. Após o cozimento, as peças deverão descansar até que adquiram a
temperatura ambiente, sendo, então, encaminhadas para o controle de qualidade e
posteriormente para a expedição e consumo.
LEMBRETE
As empresas que possuírem equipamentos
competitivos, quanto à produção/qualidade, juntamente com a disponibilidade de
matéria-prima próxima à olaria, terão maiores probabilidades de sucesso neste
ramo.
Legislação Específica
Torna-se necessário tomar algumas providências, para a
abertura do empreendimento, tais como:
- Registro na Junta Comercial;
- Registro na Secretária da Receita Federal;
- Registro na Secretária da Fazenda;
- Registro na Prefeitura do Município;
- Registro no Sindicato Patronal;
O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde
pretende montar o seu empreendimento para obter informações quanto às
instalações físicas da empresa (com relação a localização),e também o Alvará de
Funcionamento.
Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seus
produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE
11.09.1990).
A fabricação de tijolos é normalizada segundo a ABNT,
conforme a:
NBR 5711 – Tijolo modular de barro cozido.
São muitas as normas para a fabricação e testes deste
produto, para maiores informações consultar a ABNT.
Fonte: Emprega
Brasil.com